Por que descomplicar?
Há mais de 25 anos, quando ainda estava estudando jornalismo e fui trabalhar na Folha da Tarde, percebi que meu texto tinha excessos. Excesso de informação, excesso de palavras, excesso de detalhes. Em pouco tempo precisei aprender a colocar muita apuração num espaço pequeno, aprendendo a selecionar o que era de fato mais relevante. No começo dava dor no coração de não colocar tudo que eu sabia, mas entendi com o passar do tempo que muitas vezes menos é mais.
Menos é mais em comunicados de crise corporativas, menos é mais no whatsapp e menos é mais em muitos textos corporativos, jornalísticos e publicitários. Não que eu acredite na superficialidade, mas acredito na simplicidade. Se você pode passar uma informação em quatro parágrafos, por que escrever oito? Será que as informações não estão se repetindo com outras palavras? Ou elas são relevantes?
Na hora de escrever, é preciso pensar se estamos tentando impressionar os leitores com palavras difíceis e pouco utilizadas. E se realmente estamos passando a mensagem. Com frases mais curtas, normalmente o texto fica mais agradável e com mais ritmo, e, consequentemente, mais fácil de entender.
Qualquer pessoa precisa entender o que está escrito— do mais leigo ao mais preparado no tema — existem técnicas para isso. Na dúvida, eu sempre peço para alguém da família ou amigo que não tem nem ideia do que se trata para checar a compreensão. Se eu tiver de explicar o texto, é preciso editar e às vezes até reescrever.
Com o mundo sufocado por tantas informações, incluindo as fake news que precisamos filtrar, estou cada vez mais adepta da escrita simples, da escrita humanizada, symple writing system e todas as iniciativas neste sentido. Por isso me encontrei com UX writing — a comunicação só precisa ser eficiente. E não é na opinião de quem escreveu.