“Escrever é fácil…começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.”
A frase de Pablo Neruda acima é genial para perceber que a inspiração é a parte de menor participação na escrita. Na verdade, o mais importante é ter disciplina.
Não é de hoje que eu tenho planos de escrever um livro. Talvez desde a infância, quando eu aprendi a escrever aos cinco anos. Eu fazia histórias em quadrinhos, contava o meu dia a dia na escola, em casa, na rua. Eu já praticava o que chamamos hoje de storytelling, e colocava tanta emoção nos desenhos que eu descrevia até as discussões dos meus pais em casa e depois mostrava para a professora na escola. Imaginem como a minha mãe ficava contente…
Como eu percebi que desenhar não é meu forte, eu me dediquei mais à escrita. Sempre escrevi de tudo, diários, tentativas de poemas, crônicas, bilhetes, cartas, lembram do pen friends?, escrevia cartas para pessoas que eu não conhecia. Além disso, lia um livro por mês, hábito que acabei perdendo há alguns anos pelo excesso de trabalho.
Talvez eu tenha pensado mais seriamente em publicar um livro há mais de 10 anos, desde que eu voltei da Inglaterra, só que a vida me levou e eu não me organizei. Escrever é um certo exercício de isolamento, exige concentração, introspecção e eu acabei priorizando o convívio social. Com o isolamento, aprendi a parar um pouco e melhorar a disciplina.
De qualquer forma, me sinto realizada num ano em que parecia tudo perdido. Consegui tirar este projeto do papel e ainda aprendi muitas coisas: fiz 12 cursos online, de neurociências a design thinking, aprendi a fazer pão de fermentação natural, aprendi a não ir para a academia e mesmo assim continuar a rotina de exercícios, a fazer yoga em casa e a entender melhor as dificuldades das pessoas e a agradecer. Por isso o meu capítulo começa com um agradecimento a duas pessoas em especial que me levaram ao jornalismo de tecnologia.
E para terminar com o brilhante autor português: “Somos todos escritores, só que alguns escrevem, outros não”. José Saramago